O Exemplo de Abraão Sendo Considerado Como Justo - Cap. 3:6-9

V. 6 – Paulo passa então a falar de Abraão. Seu caso é tanto mais convincente, porque Abraão era aquele que, acima de todos os outros, era mais altamente estimado pelos mestres judaizantes. Eles se vangloriavam de que Abraão era seu pai e se vangloriavam nele como seu grande exemplo (Jo 8:39). O argumento deles era baseado no fato de que Deus tinha dito a Abraão que ele fosse circuncidado – e não apenas ele, mas também a sua família inteira, da qual eles reivindicavam pertencer (Gn 17:24-26).
Paulo, portanto, os apanha no próprio terreno deles. Como então Abraão foi considerado como justo diante de Deus? Ele simplesmente “creu em Deus” (Gn 15:6). E quando foi ele considerado como justo? Antes da lei ser dada! Ele nem mesmo ouviu falar da lei de Moisés em seus dias, e ainda assim foi considerado como justo “no princípio de fé” (v. 7 – JND). Além disso, Abraão foi considerado como justo antes de ser circuncidado! Vemos a partir disso que a circuncisão e a lei não tinham nada a ver com o fato dele ser considerado como justo.
Isso não deveria ser uma surpresa para nós porque a bênção de Deus no princípio de fé sempre foi Seu modo de trazer o homem à bênção. Desde o próprio início de Suas tratativas com o homem Ele somente o abençoou no princípio de fé. Hebreus 11:4 confirma isso: “Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou o testemunho de que era justo”.
Vs. 7-8 – Os judaizantes imaginavam que pela sua (suposta) obediência à lei mosaica eles tinham se tornado herdeiros espirituais das promessas feitas a Abraão. Paulo, todavia, salienta que é somente por fé que uma pessoa se torna um filho de Abraão. Ele diz: “Sabei, pois, que os que são da fé [no princípio de fé – JND] são filhos de Abraão”. Não somente as bênçãos prometidas a Abraão foram cumpridas por fé, mas todos seus “filhos” são abençoados neste princípio também. Isso inclui crentes judeus como também gentios que iriam crer. Paulo dá suporte a este pensamento citando Gênesis 12:3, que diz: “Todas as nações serão benditas em ti”. Isso nos mostra que a promessa feita a Abraão era, em princípio, uma predição do evangelho. Ao ler esta citação de Gênesis 12:3 podemos ficar pensando como Paulo encontrou tal significado nesta passagem, todavia o Espírito Santo, que escreveu aquele versículo no Velho Testamento, o fez com a intenção de que víssemos que o evangelho (o qual é baseado no princípio de fé) estava nesta passagem. Não saberíamos disto se Paulo não tivesse, sob inspiração divina, nos explicado este significado encoberto.