O Primeiro Encontro de Paulo com Pedro - Cap. 1:18-24

Vs. 18-19 – Os difamadores de Paulo tinham espalhado a ideia de que ele era um pregador renegado que estava fora de sintonia com os outros apóstolos e não tinha autorização alguma deles para as coisas que ensinava.
Paulo responde a isso mencionando um acontecimento que provava que não havia verdade alguma em tal acusação. Três anos depois que tinha sido salvo ele subiu à Jerusalém e “ficou com” Pedro por quinze dias (At 9:26). Isso mostra que havia perfeita harmonia entre Pedro e ele. Ele menciona “Tiago” num tom semelhante. Simplesmente não era verdade que Paulo estava fora de sintonia com os outros apóstolos. Se ele fosse algum renegado que era heterodoxo[1] no que concerne a fé Cristã, Pedro teria detectado isso e o teria rejeitado.
Paulo deixa claro que não havia ido à Jerusalém para se tornar um apóstolo, ele tinha sido feito apóstolo pelo chamado do Senhor (Gl 1:1; 1 Co 1:1, 9:1). Nem tinha ido até lá para ser treinado no Cristianismo ou para receber autorização dos outros apóstolos. Na verdade, ele menciona que propositadamente permaneceu longe de Jerusalém depois de ter sido salvo – não por desrespeito por seus companheiros apóstolos – mas porque sua comissão do Senhor não necessitava de autorização humana. O especial chamado do Senhor feito a Paulo era para ele levar o evangelho aos gentios (At 9:15, 13:46, 18:6, 22:21, 28:28) e, portanto, não precisava ter ido para Jerusalém, o centro judaico.
Por que então Paulo foi à Jerusalém? Ele foi para lá para comunhão, não para autorização. Ele queria familiarizar-se com Pedro que havia sido testemunha ocular da vida e ministério do Senhor. Paulo foi recebido por ele e estava em feliz comunhão com os outros que encontrou em Jerusalém (At 9:28).
Vs. 20-24 – Depois de sua visita a Pedro, Paulo retornou para “as partes da Síria e da Cilícia”. Ele acrescenta que as “igrejas da Judeia” se regozijaram no fato de que ele havia sido convertido e estava pregando Cristo, ainda que não fosse “conhecido de vista” deles. Eles estavam tão felizes com sua conversão que “glorificavam a Deus”. Isso mostra que os santos da Judeia, de maneira geral, apoiavam a ele e ao evangelho que pregava.
O ponto de Paulo aqui é claro e simples. Se os apóstolos e os santos na Judeia estavam em feliz comunhão com ele, os gálatas deveriam ter total confiança nele também. No entanto, estavam lhe tratando como um inimigo! (Gl 4:16).


[1] N. do T.: Heterodoxo provém da palavra grega “hetero” que significa “diferente” e “doxa” que significa “fé”. É o que se opõe aos padrões, normas, regras ou à uma doutrina pré-estabelecida. É o que está em desconformidade com a doutrina tida como verdadeira.