V. 26 – Primeiramente,
Paulo diz: “Porque todos sois filhos de
Deus pela fé em Cristo Jesus”. Na ordem da nova criação, aos Cristãos foi
dado um especial lugar de “filhos”[1]
na família de Deus por meio da fé. Filiação é a mais elevada bênção conferida
que temos em relação ao Pai. A palavra no grego significa “lugar de filho” e refere-se ao ato de Deus nos colocar diante de
Si mesmo na mesma posição de Seu próprio Filho! Paulo se prende nesta bênção em
particular porque ela enfatiza a proximidade e liberdade que o Cristão possui
na presença de Deus, as quais aqueles no judaísmo não tiveram. A lei foi
introduzida por uma dupla mediação – os anjos e Moisés – indicando que o homem
naquele sistema estava a certa distância de Deus. O evangelho por outro lado,
traz o homem para perto de Deus, à mesma posição na qual o próprio Filho está.
Deus poderia nos ter colocado no lugar privilegiado dos anjos eleitos,
ou mesmo ter nos levantado à elevada posição de um arcanjo, mas Ele escolheu
nos dar um lugar muito mais elevado e muito mais abençoado do que o deles. Fomos
colocados no lugar de Seu Filho! Filiação é uma posição na família de Deus que
foi reservada para aqueles que são salvos por graça durante este tempo presente
pelo chamado do evangelho. Abraão, Isaque, Jacó e todos os santos do Velho
Testamento são parte da família de Deus como suas crianças, porém eles não possuem esse favorecido lugar de filhos (Gl 4:1-7 – JND). Como parte da
família de Deus, os Cristãos são “crianças”
de Deus (Rm 8:16 – JND), porém eles também são “filhos” de Deus (Rm 8:14). Além disso, nossa filiação é em “Cristo Jesus” (v. 26). Essa expressão
refere-se à posição de aceitação do Cristão diante de Deus no Homem ressurreto.
Estar “em Cristo” significa estar no lugar de Cristo diante de Deus. Todo
o favor e aceitação que descansam n’Ele, na presença de Deus, é também nossa
porção, porque estamos em Seu lugar. A grande bênção da “filiação” é compartilhar:
- O lugar de favor do Filho (Ef 1:6).
- A vida do Filho – vida eterna (Jo 17:2).
- A liberdade do Filho diante do Pai (Rm
8:14-16).
- A herança do Filho (Rm 8:17).
- A glória do Filho (Rm 8:18; Jo 17:22).
[1] N. do T.: É de
vital importância perceber a grande diferença entre os termos “nascido de Deus” (“uihos” em grego) e “filho de
Deus” (“teknon”), como revelados
no Novo Testamento, pois nos capacita a desfrutar de que não apenas somos nascidos na família de Deus pelo
Seu ato soberano ao nos conceder vida divina – a qual todos em Sua família têm
– mas quão distinguidos Deus
nos quis tornar em Sua família ao nos trazer à posição de “filhos de Deus”, na própria aceitação que Cristo mesmo tem diante
de Deus. Nessa posição temos relacionamento, entendimento e comunhão que nenhum
outro “nascido de Deus” desfruta. A
expressão “Aba Pai” foi apenas
revelada no Novo Testamento e somente pronunciada pelos “filhos de Deus”, pois receberam o “espírito de adoção” (Rm 8:15; Gl 4:6).